Tuesday, August 05, 2008

Ganhar sem jogar bonito não vale!!

este texto eu cortei do meu post de 2006 sobre Tele Santana (estava muito longo)

Então veio a fatídica Copa de 1998, e graças à já conhecida incompetência do Velho Lobo, nós fomos apresentados à Zinedine Zidane. Mais uma vez a confirmação: jogar bonito não é garantia de que uma equipe saiba o caminho da vitória. E a França teve a chance de fazer seu nome em cima da inconstância brasileira. A mesma França que já havia nos superado em Olimpíadas, mas em Copas do Mundo sempre morria bem antes da praia!!
Talvez tenha a França esgotado nesta Copa todo o seu potencial de ser campeã. Acho que dificilmente chegará em outra final, vai ficar no máximo entre os quatro semi-finalistas a cada 16 ou 20 anos. Apesar de que, recheada de imigrantes africanos, caribenhos, suas chances aumentaram muito.
Voltando ao assunto original, novamente a base do nosso fracasso anterior alicerçou a próxima conquista. As lágrimas de 1950 fertilizaram a semente das vitórias de 1958 e 1962. A balburdia de 66, com 4 times convocados, a soberba de alguns, o excesso de confiança depositada no Rei, que lesionado, nos deixou órfãos, serviu para se buscar alguma disciplina que gerou o timaço de 70 no México. A vergonha de 1990 foi o indutor da revolução silenciosa de 1994 nos EUA. Assim também o desastre do desequilíbrio em Paris de 1998 foi suplantado pela firmeza do comando de Scolari em 2002.
E, mais uma vez lá vou eu mudar meus conceitos: Abaixo Parreira, viva Felipão!!!.
Justo ele, teimoso como uma mula, flagrado por um microfone na janela do vestiário do Palmeiras mandando baixar o pau nos adversários. Contrariando tudo que é sagrado para a apaixonada torcida brasileira. Mas, ainda assim, podendo ele contar com todos os melhores “R’s” que uma geração já forneceu ao futebol mundial, conseguiu superar a mediocridade européia, tão bem representada pelo time do Schumaker, que, por sua vez fazia o penta, o hexa, pintava o sete em cima da (des)honra brasileira do Barrichelo. E recebia o devido troco nos campos da Ásia. Para nossa alegria e surpresa, escalando dois volantes desacreditados no Brasil, e ainda desconhecidos no exterior: Gilberto Silva do Galo Mineiro e Kléverson do Atlético Paranaense que se superaram, e com a exuberância dos Ronaldos, e com o futebol solidário do Rivaldo, com o re-equilibrado Roberto Carlos encantando pela esquerda, e principalmente sem ter se sujeitado a ser refém do solista de 94 (Romário), Felipão montou um time que, jogando pra frente, foi enredando os adversários numa bem feita armadilha, foi se impondo, sem facilidades, mas sempre acima dos demais.
A verdadeira final deste mundial ocorreu de véspera, contra a Inglaterra. Ah, a Inglaterra, esta sim, muitíssimo superior ao time da Alemanha, que era limitado, sem criatividade, com um único atacante de médio calibre Ballak.
Pior que isto, só a muleta da risível escolha do goleiro Khan como o craque da Copa, e aninciada antes do jogo da final, partida esta, onde ficou evidente que ele estava no mesmíssimo nivel de seus demais companheiros: um jogador mediano. Mas foi ao vencer a Inglaterra na semi-final, que o Brasil de Felipão mostrou onde poderia chegar. E foi como um bálsamo para as dores da perda de 98, ainda queimando na alma. Com Edmilson de libero, e com a qualidade inquestionável na frente, não havia como perder. Até o bichado Marcos teve uma atuação suprema no gol. Seu desempenho foi muito superior ao do alemão Khan, eleito o craque da Copa. Daria pra encher muitas linhas ainda pra falar desta partida, até perdoar o desequilibrio do Ronaldinho Assis, que perdeu a cabeça e foi merecidamente expulso ao pisotear um adversário, de maneira totalmente anti-esportiva. Pura infantilidade? ou (im)pura maldade? Ele era muito jovem ainda.
Mas já da partida final não se tem muito o que comentar, pois apesar de serem os 2 países que mais vezes chegaram em final, a equipe alemã jogava uma bolinha de nada perto da nossa seleção. Não havia riscos.
E, tenho que deixar registrada minha gratidão e reconhecimento ao Felipão, ele soube como ganhar uma Copa do Mundo, sem sacrificar tanto o talento brasileiro.

1 comment:

Anonymous said...

Ai pai, pelo amor, só fala de futebol!! hehehe
bj