Friday, July 04, 2014

Para Mariana

Para Mariana,
A citação que a Má postou recentemente no Face do lama  Chagdud Tulku Rinpoche (Tromtar, Tibete, 12 de agosto 1930  Três Coroas, 17 de novembro de 2002) me deixou bastante curioso sobre ele, tanto que fui pesquisar, principalmente para desfazer ou confirmar a impressão causada pela palavras ali contidas.
Descobri coisas interessantes sobre o Lama, que após viver peregrinando por diversos países fazendo discípulos para a sua linha do Budismo, escolheu viver numa paradisíaca região brasileira, na Serra Gaúcha, onde estabeleceu um majestoso Templo Budista, incomparável em terras ocidentais. Por aqui passou os seus últimos 7 anos de vida terrena. Suas cinzas repousam na terra natal, o Tibete. 
Segundo a Wikipedia, ele é um Lama da escola Nyingma de Budismo Vajrayana tibetano, reconhecido como o décimo-quarto renascimento do abade do mosteiro de Chagdud, o Chagdud Gonpa, no Tibete, possivelmente, um terton, isto é, um descobridor de tesouros da prática budista. 
Portanto um homem que nasceu e viveu propriamente apenas para praticar a sua religião.
E, isso parece ser uma grande contradição ao texto estrito da citação, que sugere uma interpretação desfavorável à religião, pois compara pessoas a cães adestrados. Na verdade, ele nem está desqualificando a religião e nem as pessoas.  Mas antes, incentivando as pessoas boas a serem melhores! Portanto o sentido em que esta citação esta sendo usada na Internet para desvalorizar a religião, e menosprezar pessoas religiosas, quando entendido à luz da vida e ensinamentos do Lama, cai por terra. Na mesma fonte onde a citação foi achada, posso citar uma outra, dele, que alarga o entendimento a respeito do que ele pensava sobre religião, abaixo:
A paciência é a maior amiga, pois ajuda a superar a raiva, a forma mais poderosa de desvirtude. Por outro lado, com o passar do tempo, aparentar paciência e ferver por dentro, guardando ressentimento, só trás mais dificuldades. Apesar de haver virtude no fato de refrearmos a expressão evidente da raiva, a verdadeira paciência é a ausência de raiva na mente.
Chagdud Tulku Rinpoche

De maneiras parecidas, nossas religiões, a dele e a minha, nos ajudam a expandir nossa mente e nossos sentimentos á uma dimensão bem maior, muito além da breve existência terrena. Nos incentiva a ser melhores em nosso dia-a-dia. Absolutamente não nos faz cães adestrados ao tentar viver de maneira mais elevada, mais digna perante nós mesmos, perante a parcela da Deidade que nasce conosco, perante nossos semelhantes. É preciso sensibilidade espiritual para discernir o que o Mestre Tulku propõe, para separar o joio do trigo.
Trata-se de um incentivo a elevados padrões de caráter, e não um desincentivo a religião! Ideias que nascem próximas, (ao negar a aparência e valorizar a prática), mas que se separam e seguem caminhos opostos!
Como o próprio nome dele sugere, sendo mais titulo do que nome - carregado de simbolismos, precisamos dar nó em aço!



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