Friday, November 21, 2008

O silencio do guarda roupas

Até este ponto da minha vida, diante das perdas de familiares e outras adversidades, sempre procurei manter uma certa serenidade.
Em minha vida adulta, não me lembro, de, em sã consciencia, ter questionado o Plano de Nosso pai Celestial. Nem jamais tiver a menor dificuldade para o entender, desde o momento em que o ouvi pela primeira vez na voz dos missionários.
Sempre me caiu com muita naturalidade o Plano organizado pelo Pai para nós.
A vida é um campo de provas para toda a humanidade. Facil de aceitar isto.
A vida terrena é gerada num momento de prazer. O nascimento é o momento de alegria suprema numa familia. Também simples de aceitar.
A morte tambem não tem muitos segredos. É necessária para nossa passagem para etapas futuras. Mas, porque tem que ser obtida em meio a tantas dores? Quem precisava passar pelo sofrimento do Carlão? Ele mesmo? Apenas ele? E nós o que aprendemos?
Serviu para aumentar minha desconfiança na classe médica. Mas o que mais?
Ainda está um vazio muito grande com a ida dele. Proporcional ao tamanhão dele.
Vai demorar para chegar na categoria das coisas normais da vida.
Ainda ontem, junto com o Antonio, encaixotando as roupas dele e da casa para doar ao Asilo, me vi emocionado diante de cada peça que remetia à memória a figura dele.
Calças 58, 60. Camisas 7, 8, 9. O silencio dificil de suportar.

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