Saturday, December 30, 2006

FARIA NOVAMENTE?????

Segue mais uma pequena história sobre coisas pequenas, mas que exigiram uma boa dose de fé.Acho que vocês vão se lembrar de como eram as coisas aquele tempo etalvez até se lembrem de algo semelhante.
Brasília, (Set 1978+-) já estou entrando na reta final da missão e ainda não uso um relógio, aliás, hábito da vida toda. Até o momento, não precisei realmente de um relógio. Meus companheiros sempre tinham um, ás vezes até 2 (despertador). Mas agora o caso é diferente, sou LZ em uma zona com 13 duplas e meu companheiro (Elder Tyler) também não tem relógio. E precisamos correr muito por todo o Distrito Federal, Anápolis e Goiânia para entrevistas. Os compromissos são agendados em prazo exíguo, e não dá mais pra ficar sem relógio. Alguns meses antes eu havia conseguido um belo Timex em uma troca com o Elder Tyner (ex-contador) quando trabalhávamos na Ilha do Governador. Mas como ele me avisara, o danado tinha um defeito: ás vezes parava de funcionar. Levei-o a um relojoeiro do Rio, que me disse que a pulseira tinha algum valor, mas já a maquina não valia a pena gastar nada. O Tyner, como não tivera a oportunidade de conhecer o Nordeste, insistiu comigo para que eu trocasse com ele uma legitima "rede de casal" pelo seu relógio com alguns anos de uso. A rede também era usada, pois eu a havia trocado por 4 camisas brancas em Fortaleza com o Fernandão, que era o primeiro jovem a sair em missão do Ramo. Inclusive as camisas também eram usadas, estavam na segunda ou terceira missão. Voltando ao Timex, estávamos precisando muito dele, dava corda e ele funcionava por algum tempo, no máximo por umas 2 ou 3 horas, as vezes menos de meia hora e parava. Eu ia perguntando as horas e acertando, colocando-o pra funcionar. Mas muitas vezes acabava me esquecendo de que eu tinha que fazer o papel de relógio para o meu relógio, e quando percebia, o danado estava parado á muito tempo. Até que, numa manhã, tomamos uma decisão, Elder Tyler e eu, colocamos o relógio sobre a mesa, cruzamos nossos braços ao redor do mesmo e fizemos uma oração onde explicamos ao Senhor nosso problema. Então pedimos a ele que desse um jeito para que aquele relógio cumprisse seu papel, e que nós, seus servos realmente precisávamos dele. E dissemos na oração que enquanto dependêssemos daquele relógio ele deveria funcionar. E o relógio funcionou. Quando fui transferido para o Engenho de Dentro, o relógio já chegou lá parado e nunca mais funcionou. Está guardado comigo até hoje. Além de não funcionar mais, quebrou de vez, pois os ponteiros giram livres, é só dar corda e parece um ventilador, os ponteiros disparam. Já serviu como auxilio didático em reunião familiar. Talvez eu o leve no púlpito em algum discurso. Espero que vocês mandem também historias interessantes daqueles bons tempos. Um abraço a todos
Ex Elder Donato MBRJ 1977/1979

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