Monday, October 10, 2011

1967 - HELOISA APARECIDA DONATO



na foto, Tia Angelina com a Heloisa no colo e a Maria, (nora dela) com o Toninho.

Foi um anjo que passou em nossas vidas. O Senhor a deu, talvez atendendo pedido de meu pai, mas logo a levou de volta. Heloisa por escolha dos pais, Aparecida por escolha da madrinha, Tia Angelina Belotti Freitas, na urgência do batismo católico, emergência médica, perigo de vida. Ela nasceu com defeito congênito no coraçãozinho e sobreviveu 3 meses neste mundo! Acho que foi uma das grandes tristezas da família, particularmente para meu pai, pois ele sempre quis ter uma filha menina! Já estava (creio) satisfeito com os 3 meninos homens. E na quarta gravidez de minha mãe, vieram gêmeos. A menina foi a primeira a ver a luz. E para que não ficássemos tão desconsolados, o franzino menino sobreviveu! Hoje é nosso querido Tio Toninho, Antonio José Donato.
Desde o nascimento ela apresentou problemas e foi internada no hospital de Itápolis, não a vimos muito. Apesar de não termos tido a oportunidade de conviver com ela, sabemos que é uma pessoa muito importante para nossa família. Esteve um breve período em casa, e logo voltou a ser hospitalizada, chegou a vir para Araraquara consultar, não sei dos detalhes, mas ela por aqui passou, tanto que foi batizada na Paróquia do Carmo. Ela faleceu no hospital de Itápolis, uma noticia desconcertante, mas ao mesmo tempo esperada, pois todos já sabiam da tal deficiência de nascimento. Ás vezes fico pensando se fosse hoje em dia, com os avanços da medicina, se não teríamos o privilégio de tê-la conosco até hoje!!!
A foto que temos dela é apenas esta no colo da Tia Angelina. Me lembro do caixãozinho branco, de anjo no dizer popular, sobre a mesa na sala de casa, na Rua Boiadeira!
E, pelo que me lembro, também fui poupado por mim mãe de seguir o séquito até o Cemitério.

1964 - Vó MARIA SCARCELLI DONATO


na foto acima, Vó MARIA SCARCELLI DONATO, ladeada por familiares em São Caetano, primeiro a esquerda, Tio Savério Scarcelli, irmão dela; Tia Antonia, esposa do Tio Savério, a prima Concheta, acho que o garoto é o Wagner..

Acho que foi no final de março, ou começo de abril de 1964. Ela estava internada, e nós fomos para S. Paulo de trem, de Tabatinga, mas não me lembro se era algum ramal da EFA, ou pela Douradense – o certo é que a chegada em SP foi pela CP, Cia Paulista, depois de subúrbio até São Caetano.
Mas me lembro bem de ter iniciado o ano escolar, no Grupo Escolar Professor Paulista, o primeiro ano da escola primária, e ao completar apenas os primeiros dias de aulas, nos mandamos para São Paulo. Foi meio que um abandono, creio que não foi bem visto pelos professores, eu no primeiro ano e o Mário no Jardim da Infância.
Quando retornamos, passei por um aperto danado, havia perdido mais de um mês de aulas, e vi na expressão da Professora que me levou para a classe toda a desaprovação delas. Mas logo na sequencia das aulas pude ir tirando o atraso.
Além deste pequeno incomodo escolar, o que pesou mesmo foi a perda da Vó MARIA. Diferentemente da Vó Rosa, com quem convivíamos diariamente, quase não a víamos. Me lembro sempre de uma de suas visitas, chegando pelo meio da praça, caminhando, velhinha, sozinha, carregando malas e presentes nas mãos. Hoje fico pensando como ela conseguia, pois a estação de trem não era assim tão perto de casa – uma das poucas distâncias significativas na pequena Tabatinga da minha infância – uma caminhada e tanto para a idade dela. Ela era sempre bem vinda. Sei pouco sobre ela, sua família em Dourado, nesta época eles moravam em São Caetano, creio que para ficar perto da família da filha mais velha, Tia Landa, IOLANDA DONATO DA LUZ. Infelizmente pouco há pra juntar em minha memória que possa trazer mais luz sobre a vida dela. O pouco que sei, vem de escassos relatos de meus primos mais velhos, de outros sobrinhos dela, sempre dando conta de uma pessoa bondosa, amorosa com os seus.
Minha mãe contava dela uma curiosidade – assim que se casou, recebeu da sogra dicas de como cozinhar para o Zuza (meu Pai). Ela devia retirar da panela os dentes de alho logo após refogar, ou seja, o sabor ficava no feijão, mas o alho propriamente dito tinha que ser descartado!!!
Quanto ao velório e enterro dela, o que me recordo é de não ter ido ao cemitério, nem tenho certeza quando fui depois, para conhecer o local de sepultamento.
Tem também a estranha história de uns 10 anos depois, quando o prazo pra ficar nas “gavetas” do cemitério de São Caetano expirou, e meu pai foi (de trem, como sempre) buscar os restos mortais de sua mãe. Ele a trouxe uma pequena maletinha de couro, e levou para o cemitério de Dourado, onde estava sepultado meu avo Pepê, e colocou-a no mesmo túmulo, este sim, definitivo, da família. Como pedreiro que era, fez tudo literalmente com as próprias mãos!
Eu tive a oportunidade de ver este tumulo quando era preparado para receber um terceiro morador, em 2006, Tio Pasqual Roque Donato.
Outra curiosidade interessante a respeito da data do falecimento dela, que nos colocou em São Paulo exatamente nos dias da deposição do Governo Jango, a malfadada “revolução de 64”. Incrível como um fato de tamanha importância na historia recente do país, pode nos passar tão desapercebido na época! Felizmente a memoria publica já colocou no devido ostracismo esta data!

Tuesday, October 04, 2011

Dourado (SP) foto de familia



Foto das Familias Donato e Scarcelli em Dourado, data incerta, provavelmente final da década de 1940 ou inicio dos 50s. Identifiquei alguns, como meu Pai, meus avós, tios.
É a o único registro fotográfico que tenho do lado paterno de meus familiares, comparando com o lado materno, um pouco mais abundante em fotos.

Monday, October 03, 2011

Avó Albina e bisnetos



A foto de baixo deve ser de 1958 em Tabatinga. Estão ali, a vó Rosa, orgulhosa com 5 filhos da Tia Angelina, Carlito, Zé Carlos (falecido em 2010), Lurdinha, Neusa e Toninho (tambem falecido, nos anos 80), a Rosangela e eu no chão. E, provavelmente o Mario no colo dela. A vó Albina ao lado dela incomodada talvez por ser a unica pessoa com o sol no olho!!!
Já a primeira foto, no topo da pagina é auto-explicativa!!

Festa Caipira 1955 em Tabatinga



A vó MERCEDES BELOTTI foi a noiva desta Festa, cidade pequena, a unica festa! Organizada pela paróquia, ou pela própria Prefeitura.

Para as netas!

0s quatro primos Belotinhos em 1957



Norte >> Toninho ANTONIO DE FREITAS, o caçulina da Tia Angelina Belotti Freitas
Sul >> Eu, José Roberto Donato, o primogenito da caçula Mercedes Belotti Donato
Leste >> ROSANGELA COLOMBO, a primeira e única na prole da Tia Maria Belotti Colombo
Oeste >> MARISA BELOTTI, a primogenita do Tio Paulo Belotti

Todos nascidos entre 1956 e 1957, moradores de Tabatinga, Garça e Itápolis.

Sunday, October 02, 2011

Vô ANGELO - documentos




Bem, depois de escrever tudo aquilo sobre meu avô, eis que acho nas imagens que eu mesmo digitalizei, no fim de 2009, copias de documentos importantes. A certidão de óbito, esclarecendo a causa da morte, com as datas exatas!!
E o seu Titulo de Eleitor,aliás, coisa de pouca utilidade naqueles anos! Mas tem a assinatura dele, gostoso de olhar e saber que é de um valoroso antepassado meu! Muito interessante tambem notar que ele assinava BELLOTTI, com 2 "L" e 2 "T", apesar de todos os documentos grafarem BELOTTI, com apenas um L, e os 2 Ts.

Bisavós GIACOMO e ANTONIA BELOTTI


Bem, não falarei da morte deles! Simplesmente nada sei a respeito. Tambem pouco sei sobre a vida deles. Apenas o que me contou minha mãe. Eles imigraram da Itália, e se fixaram num grande fazenda em Jau. Sei que, depois de idosos, o casal se mudou para a Rua Prudente de Moraes, em Tabatinga, a principal rua do comercio da cidade. Este local conhecido como FIM DA RUA, ficava a apenas 2 ou 3 quadras da praça principal! Consta que a Tia ANGELINA, ao se casar jovem, foi morar com eles neste endereço.
Fica uma pequena homenagem ao casal BELOTTI, chegados ao Brasil possivelmente na virada do séulo XX, ou na ultima década do século XIX.
Esta foto, guardada pela minha mãe foi a utilizada para encomendar a placa para a lápide do casal. Os rabiscos são parte dos calculos para a tal placa. E para quem não tiver paciência de ler,vai um resumo do que o fotografo anotou em formulário próprio:

7 X 9 craion
para tumulo foto dela
fazer corpo todo entrega Maio 12 em diante
35,00
ELE
Olhos: preto
Cabelos: preto
Tez: moreno claro
Roupa: terno azul marinho, gravata cinza escuro

1963 - Ditão e o Enforcado


na foto acima, Vó Rosa, em plena maturidade,(anos 50) casada com o Ditão
Capitulo 3

1963 – DITÃO e O ENFORCADO


Duas mortes que marcaram minha primeira infância, cada qual com o seu peso, sua importância, e com seu significado. Ambas em Tabatinga, meu pequeno mundo, tão estreito em tamanho, porém suficiente para a minha idade!

BENEDITO VENANCIO, o Ditão era o marido da Vó Rosa (foto acima). Não sei quando, mas alguns anos (creio) de viuvez, e ela se “casou” novamente, pondo um fim ao período de solidão. Não sei a data exata do falecimento dele, mas suspeito que tenha sido entre os anos 1963 e 1964. Me lembro pouco dele, só que era um homem do campo, que lidava com animais, criações, carroças, talvez um boiadeiro, profissão típica da época. Talvez nem profissão certa tivesse. Uma curiosidade, é que me lembro melhor sobre o pai dele, do que sobre ele mesmo. Este era uma figura meio folclórica na cidade, um velhinho magro, agitadinho, chamado por todos de CANGACEIRO! Mais, não me lembro!!
O velório dele, acho, foi na sala da casa da Vó Rosa, na Rua 13 de Maio, esquina com a Episcopal.
O que eu teria aprendido com ele? Suspeito que nada. Então, o que eu teria aprendido dele? Uma figura humana de pouca instrução, cujos atos em casa, acaba antecipando a saída dos filhos mais velhos, por não aceitarem mais conviver com ele. E quais seriam os motivos? Apenas uma aparente rudeza, dose exagerada de egoísmo? Eu nunca soube, os adultos nos poupavam, felizmente.

O ENFORCADO
Creio que seu nome era GÉSUS, de uma das famílias mais importantes da cidade, comerciantes, políticos, fazendeiros, sei lá! Não citarei o nome da família porque pode ser que a minha memória, quase meio século depois, me induza a erro. Mas tem algo que me lembro bem: a visão, ao longe, de um homem pendurado na varanda de uma chácara. Pudemos ver ao longe, sem precisar ir até lá. Devido ser a cidade tão pequena, nós que morávamos bem na praça central, estávamos ao mesmo tempo a apenas 2 ou 3 quadras do fim da cidade, a zona rural morava ao nosso lado!!
E esta proximidade nos propiciou que víssemos a cena, ao longe. Me lembro da agitação de toda cidade em torno do suicídio. As especulações, possíveis motivos, dividas, razões familiares, felizmente novamente, os adultos nos pouparam!!
E assim, estava introduzido no meu pequeníssimo mundo um fator assustador: O SUICIDIO. E desta maneira, as mortes iam cumprindo um papel pedagógico na nossa formação!

1958, Vó ALBINA DE JESUS



Bem, este falecimento quase não deveria constar aqui, afinal da morte dela eu nada me lembro. Nem poderia mesmo, afinal ela faleceu em Novembro de 1958, eu tinha apenas 1 ano e 10 meses! Como um bebe desta idade poderia se lembrar de algo da vida real?
Mas, por incrível que pareça, eu só vim dar conta desta impossibilidade, quando, aos 18 ou 19 anos de idade, me dirigi ao cemitério de Tabatinga com o propósito de colher dados para a minha história familiar, a chamada Genealogia. O guardião dos Livros do Cemitério na Prefeitura de Tabatinga, que conhecia nossa família muito se esforçou, me ajudou em tudo que podia. Mas estava muito difícil localizar o falecimento da bisavó ALBINA. Eu não sabia maiores detalhes, mas disse ao homem que eu me lembrava de um passeio que fizera nos braços dela, numa charrete pelas cercanias da residência da família. Então, partindo do pressuposto de que quando nasci naquela casa (a da minha avó Rosa), a Vó Velha, como era chamada pelos familiares já estava bem idosa, e também de que eu não lembrava dela na idade escolar, que é quando a maioria das minhas lembranças estão mais firmes. Bem, então partimos buscando nos índices dos livros ano por ano. Partimos de 1962, e nada de achar o registro do sepultamento dela. Olhamos em 1963, nada novamente, e este já era o meu primeiro ano escolar. Avançamos para 1964, e nada novamente. O livro de 1965 foi o ultimo na escalada de subida, pois a partir daí eu já me lembraria dos detalhes, afinal minha avó materna, MARIA SCARCELLI havia falecido em 1964, e eu tinha na memória alguns detalhes, a comoção que causou no meu pai, nos tios e primos, enfim. Resolvemos então retomar a busca, voltando nos anos agora. Olhamos em 1962, e nada do registro mostrar o nome dela. Baixamos para 1961, mas a esta altura, eu já duvidava da exatidão dos livros. Seguimos baixando o ano, agora estávamos olhando 1960 e logo em seguida 1959, e nada de aparecer o nome dela. Quando eu já estava pensando se existiria algum outro meio para pesquisar, eis que no livro do ano de 1958, quase no final, mês de Novembro finalmente surge o registro do falecimento da Bisa ALBINA DE JESUS, (também se escreve ALVINA em alguns documentos).
Fiquei sobremaneira surpreso, pois afinal eu me lembrava dela, do passeio com ela, e ao mesmo tempo isto parece impossível, pois eu tinha apenas 1 ano e 10 meses!!
Mas, devido os sagrados propósitos da pesquisa genealógica, o batismo e todas as demais ordenanças vicárias, eu sei que a lembrança dela em minha mente, em meu coração, teve realmente um propósito. Pude providenciar as ordenanças vicárias para ela no Templo.

Vô ANGELO BELOTTI (1904 - 1942)


A família Belotti reside numa casinha rural bem próxima ao núcleo urbano de Tabatinga (SP). Angelo Belotti, nascido em Jau (SP) em 1904, filho de imigrantes italianos, Giácomo e Antonia Belotti, juntamente com sua esposa Rosa de Jesus, filha de imigrantes portugueses e nascida em 1910 em Ribeirão Preto, criam seus 5 filhos com o trabalho agrícola, na propriedade rural que ele divide com seus irmãos. Minha mãe, MERCEDES BELOTTI, a caçula, completou 5 anos em janeiro. Está indo tudo bem com a família, a luta é difícil, mas, recompensadora, pois a família é unida, feliz.
Resolvi escrever sobre a morte de meu avô ANGELO, pelo exemplo que sua vida, breve, sempre representou para mim. Desde criança eu convivo com esta história, contada, relembrada, sempre mostrando um lado de heroísmo, do sacrifício de um individuo em beneficio da comunidade familiar. Poucos anos atrás, em visita ao meu Tio PAULO BELOTTI em Garça (SP), ele me confirma o que me havia sido contado por minha mãe, e acrescenta alguns detalhes, narrando com exatidão as cenas daquele dia, o último dia de vida do meu avô ANGELO. Não me sai da lembrança a expressão e o brilho nos olhos do Tio PAULO, ao me ouvir contando o relato que me fizera minha falecida mãe! Foi assim mesmo! Disse ele, depois acrescentando detalhes que hoje enriquecem este pequeno texto, minha homenagem à memória do Vô ANGELO.
No fim de um mais um dia de trabalho, meu avô ANGELO é avistado pelos filhos, ao longe, vindo em direção do lar, no dorso de seu cavalo, companheiro e ferramenta diária de trabalho.
A costumeira alegria de receber a volta do pai para casa, logo é substituída por preocupação, pois não demora muito para perceberem a postura dele, encurvado sobre o animal, com expressão de dor no rosto. Chegando em casa, ele conta que teve um problema durante o dia de trabalho. De imediato, eles despacham um dos filhos, acho o foi o Tio PAULO, mais velho dos dois meninos para Tabatinga, buscar ajuda. Apesar de ser uma jornada rápida, poucos quilômetros, fico imaginando, o que se passava na mente e no coração do menino, acabado de entrar na adolescência.
Naquele dia, meu avô construía junto com os irmãos uma casa, na propriedade da família, futura residência de um deles. Num determinado momento, eles precisaram erguer uma pesada madeira que iria servir de apoio central para o telhado, a viga central da casa. Ele assumiu uma das pontas, e pediu aos seus irmãos que erguessem a outra. E foi neste momento que ele sentiu uma dor aguda no abdômem. A chegada do médico na residência, Dr. Amarante, creio, (um nome muito presente ainda na minha infância em Tabatinga) traz o diagnostico - o que na época, se chamava de nó-nas-tripas. Um termo que englobava várias possibilidades, desde uma obstrução intestinal até apendicite.
Então é tomada a providencia mais recomendável, o paciente é enviado na manhã seguinte para a Santa Casa de Misericórdia de Araraquara, cidade a 58 km de Tabatinga, na época, um dos raros hospitais na região.
Passados mais 1 ou 2 dias, se encerra o breve período de internação na Santa Casa de Misericórdia de Araraquara, da mesma maneira se encerra a breve jornada mortal de meu avô materno, ANGELO BELOTTI - a quem não tive o privilégio de conhecer pessoalmente, mas cuja vida sem duvida exerceu grande influencia não apenas na vida de seus cinco filhos, como tambem nos muitos netos, bisnetos. Creio que faço o presente registro para que um dia seja lido pels gerações futuras, representadas em meu coração pela Sarinha, nossa primeira netinha, que deve nascer nos proximos dias.
Minha avó, ROSA então com 32 anos, e seus cinco filhos (ANGELINA, PAULO, MARIA, GERALDO, e MERCEDES, minha mãe) com idade entre 15 e 5 anos é chamada ao hospital, na esperança de ver o marido em vida, mas o que eles viram foi o corpo do pai estendido sobre uma mesa de pedra fria no Hospital. Depois o relato de ambos é focado na viagem de volta para Tabatinga, na carroceria de um caminhão da Prefeitura, a mãe, os cinco filhos sentados em volta do caixão com o corpo do esposo e pai. A tristeza da ultima jornada, até o Cemitério Municipal, trajeto feito por uma estradinha de terra, com uma subida íngreme, passando pela capelinha do Patrimônio. Eu consigo imaginar com muita fidelidade ambas as cenas. Afinal a ida ao cemitério era costumeira, tanto para sepultamentos quanto para visitas. E viagem em carroceria de caminhão aberta, na mesma estrada de terra fez parte da minha vida.
Eu não vi este falecimento pessoalmente, afinal eu só nasci 15 anos depois, mas escolhi escrever sobre ele, de tão vividas que me são todas estas imagens, com os emocionados relatos de meu Tio PAULO, e também o da minha mãe.
Como consequência do falecimento dele, minha avó mudou-se para a cidade de Tabatinga, onde comprou uma casa com os recursos que recebeu como pagamento pela parte do meu avô no sitio da família. Ela sempre contava que também recebeu algumas sacas de produtos da colheita daquela safra, para iniciar esta nova fase da vida da jovem família. Todos os filhos se envolveram no esforço pela sobrevivência da família, trabalhando duro desde muito cedo. Embora eu desconheça os detalhes, sei que o resultado final foi muito bom, pois minha mãe, assim como seus irmãos e irmãs foram todos bem sucedidos na vida familiar. Todos eles, sempre tinham um largo sorriso no rosto ao nos ver! Sempre encaravam a vida com alegria e otimismo.

AS MORTES NA MINHA VIDA!

Ou deveria ser: AS MORTES DA MINHA VIDA!
Devido ao grande numero de falecimentos ocorridos nestes ultimos dois anos, 2010 e 2011, de pessoas próximas a mim, resolvi juntar algumas lembranças delas e passar para o papel - melhor dizendo, para a tela.
Primeiro, após vivenciar tantas delas, espero sinceramente que eu tenha aprendido algo! Tambem almejo prestar um homengem a cada uma das pessoas que passaram por minha vida. Pessoas que me influenciaram, e que ja estão do outro lado do véu, a quem devo fidelidade, que me motivam à retidão. Tenho o desejo de reve-los, todos nós em boas condições perante Deus.
Também quero com este exercicio de escrever sobre, buscar uma compreensão melhor da benção denominada morte.
Correndo o risco de esquecer alguem, e, pior ainda, ver o ultimo trimestre deste 2011 levar mais alguém, diria que tem sido um ano triste, senão vejamos:
27 de maio, Patriarca Nelson Genari;
Maio, Martinha Rodrigues, de Sorocaba esposa do Adão;
Abril, Ivan Karan José;
Março, Carmine;
Março, Eric;
Fevereiro, Irmão Mendonça;
E, 2010, tambem cruel na sua colheita:
Nelsom Roberto Genari, Tia Angelina, Tio Youssuf, Jalal.
Ano a ano, fui listando até chegar em 1942, falecimento do meu avô Materno ANGELO BELOTTI, num total de 36 pessoas próximas a mim. Como todas elas trouxeram sua contribuição para a minha vida, tentarei prestar a cada uma delas um simples homenagem aqui neste blog.
Penso tambem em escrever sobre outras mortes que me atingiram de alguma maneira, personalidades, artistas, relembrando o momento de vida quando a noticia me chegou.
Talvez Elvis, Lennon, Tancredo, Ulisses, Senna, Garrincha, Tele, enfim a lista pode ficar enorme, mas por ora irei na minha listinha pessoal e familiar!