Friday, January 19, 2007

POLITICA, PENSAMENTOS SOBRE Agosto de 2.006

De tanto ver triunfar a mediocridade, blá-blá-blá..........
Citar Rui Barbosa é o que me ocorre, para dar inicio a algumas linhas de comentários sobre a deplorável situação político-administrativa de nosso país.
Incoerência é o teu nome, Brasil.!!
Alguns anos atrás, um plebiscito enterrou a opção pelo Parlamentarismo, como se fosse para evitar um vírus exótico, mas... Mas na prática do dia-a-dia, o nosso Presidencialismo Messiânico usa, abusa e distorce alguns dos piores instrumentos do rejeitado Parlamentarismo. E está criada então (e aperfeiçoada) a versão tupiniquim da PROMISCUIDADE INTER-PODERES.
Executivo legislando abertamente, assumindo o controle quase total do Legislativo, que por sua vez quer mesmo é uma partilha da administração pública. As altas cortes do Judiciário, sujeitas a nomeação por canetadas do Executivo, sujeita-se a julgar em beneficio do patrão, situação horrível, que deveria ter sido enterrada junto com o entulho da Revolução-Não-Revolucionária de 64, mas que....
Bem, este assunto, por si só, pode gerar um capitulo explosivo, principalmente se analisado do ponto de vista da patrulha do politicamente correto. Nada é de simples solução, mas também não se pode simplesmente fugir do problema, e, pelo menos algumas sugestões caberiam neste contexto.
Considerando-se que os Promotores de Justiça, (o Ministério Público) assumiram importante papel a partir da Constituição de 88, cabe ressalvar então que, graças a sua independência, muito se fez pela melhora da moral publica. Praticamente trata-se da única instituição (ainda) isenta de escândalos. Pesar disto, já pariu excrescências diversas, com claros exageros, motivações dúbias, exemplo maior: Torquemada, o Curvo. Mas na balança das perdas e danos versus benefícios e ganhos, ainda é a mais confiável e a mais produtiva das instituições em favor da ética na administração publica.
Mas um dos casos defendido atualmente pelos Promotores mostra claramente que ninguém está isento de errar. Principalmente quando se escolhe jogar para a platéia. Refiro-me a quase infantil perseguição contra o numero de vereadores nas Câmaras Municipais. Com o olhar vesgo, focado apenas na face aparente das despesas geradas pelo numero de cadeiras, e principalmente ofuscado pelos excessivos refletores da imprensa, acaba por deixar de analisar com seriedade e eficiência o problema real.
Esta redução é um tiro no próprio pé da democracia, pois está reduzindo o numero de cidadãos envolvidos na condução dos assuntos de estado. Visando economizar algumas moedas, baixa o numero de cadeiras, como se este ato tivesse o dom de conferir qualidade aos que ficam, forçando um circulo de poder mais reduzido ainda. Talvez um dos mais nefastos efeitos disto é que os membros do legislativo, que desde sempre posam de UNGIDOS, passam a concentrar ainda mais poder de barganha.
Este poder de barganha, que deveria ser uma das melhores armas da democracia, quando usado em benefício próprio, torna-se o mais iníquo dos mecanismo de desvio da conduta de estado.
Buscando os holofotes da imprensa, os legisladores focam sua atuação ema assuntos menores, assumem condutas farisaicas do politicamente correto, e propositalmente escondem da massa de eleitores as diversas faces de cada assunto.
Mas o que pensam sobre isto os eleitores, os verdadeiros patrões de tais legisladores? Portam-se realmente como patrões? Ou pelo menos tem a noção da cidadania? Infelizmente é o contrário que acontece. É difícil entender quaisquer tentativas de explicações, por mais que se conviva no dia-a-dia do oprimido povo brasileiro. Parece um comportamento enraizado na cultura latina, reforçado por algum tipo de complexo de inferioridade terceiro-mundista. Não explica nem justifica. E, desta maneira, o patrão (eleitor) aceita passivamente o papel de VASSALO, abrindo mão da cidadania, através da outorga de poderes nas urnas. E aceita passivamente uma vassalagem absurda. Herança das muitas ditaduras, reinados, capitaneias, etc, etc..?? Contradição ridícula e cruel!!!
Problemas assim tão complexos requerem soluções igualmente elaboradas. Repensarmos a nossa democracia representativa é o minimo que se espera de nossa geração.
Temos experiência de pelo menos dois lados da questão: alguma prosperidade econômica sem liberdade politica, anos 60/70, logo substituida pela terrivel conjução sem-liberdade-e-sem-grana!!
Até desaguar na contradição da época atual onde gozamos democracia e liberdade politica e de expressão, sem porém nade de liberdade econômica. As mentes mais esclarecidas, tem a certeza de que nenhum dos dois sistemas tenha sido aplicado em benefício da população. Em ambas as situações os verdadeiros beneficiados foram setores da elite, frequentemente subservientes a grandes corporações transnacionais. E la nave vá.
REPENSANDO NOSSA DEMOCRACIA REPRESENTATIVA

1 comment:

José Roberto Donato said...
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